Nas curvas e ondulações do rio Amazonas, a 10 horas de barco de Santarém, no Pará, uma comunidade chamada Cabeceira do Amorim experimentou o propósito transformador da educação. Líderes da Rede Adventista de Educação da União Norte Brasileira, sede administrativa adventista para o Pará, Maranhão e Amapá, realizaram uma excursão missionária chamada “Mission Trip Tupinambá”, entre os dias 11 a 15 de outubro. Os educadores se uniram a profissionais de saúde e voluntários para participar de uma experiência prática de empatia e serviço.
A mobilização aconteceu na aldeia Castanhal, pertencente à etnia Tupinambá, que abriga cerca de 520 pessoas. É uma comunidade de homens, mulheres, jovens e crianças que falam o dialeto Nheengatu, vivendo cercados pela floresta e pelos rios. Três anos atrás, a aldeia conheceu a mensagem adventista por meio de estudos bíblicos e um evangelismo local que resultou em 50 batismos. Dessa vez, os missionários voltaram não apenas para evangelizar, mas para fortalecer laços de fé e promover saúde e educação.
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“Nosso objetivo foi proporcionar aos líderes de Educação uma experiência prática de missão, para que essa vivência se torne multiplicadora em suas escolas e campos”, explicou Fabiana Retamero, diretora da Rede Adventista de Educação para os três estados. “Queremos inspirar novas missões que envolvam não só administradores, mas também professores e alunos”, acrescentou.
A ação levou 11 dentistas voluntários, que realizaram mais de 130 atendimentos odontológicos, entre extrações, restaurações e orientações sobre higiene bucal. Cada criança recebeu escova, pasta e flúor, aprendendo de forma lúdica a cuidar da saúde e do sorriso.
Aprender servindo, servir aprendendo
Enquanto isso, uma equipe voluntária ofereceu serviços de cabeleireiro, manicure, limpeza de pele, hidratação capilar e massagem, transformando o pátio da aldeia em um pequeno centro de bem-estar. Técnicos de enfermagem aferiram pressão arterial, mediram glicemia e orientaram sobre os “oito remédios naturais”, princípios de saúde defendidos pela mensagem adventista.
A equipe também interagiu com professores locais, compartilhando técnicas de alfabetização e sondagem de leitura e escrita. E distribuiu lições da Escola Sabatina para os lares da comunidade.
A igreja local, que se reúne sob uma cobertura simples, recebeu 50 novas cadeiras, em um gesto simbólico de apoio e pertencimento.
Festa das crianças
O ponto alto veio no Dia das Crianças. O som de flautas ecoou na aldeia quando os voluntários organizaram uma festa com bolo, sucos, pipoca, brincadeiras e presentes. Cada criança recebeu dois presentes: um brinquedo e uma flauta. “Foi emocionante ver uma das nossas departamentais, a Pâmela Gonçalves (líder de Educação da Missão Nordeste Maranhense), ensinar as crianças a tocar. Elas aprenderam rápido, e a alegria foi contagiante”, lembrou Fabiana.
De acordo com Michel Santana, diretor da Rede Adventista de Educação para o Oeste do Pará, a missão também levou roupas e calçados arrecadados pelas escolas da região. “Montamos um grande feirão solidário, em que cada pessoa podia escolher o que precisava. Foi bonito ver o respeito e a alegria deles nesse momento”, disse.
Durante a missão, um casal de uma aldeia vizinha chegou de surpresa. Eles souberam que “um grupo de cristãos” estava servindo a comunidade e foram pedir Bíblias. Os voluntários haviam levado apenas lições bíblicas, mas entregaram as Bíblias pessoais. “Esse gesto simples expressa o espírito de tudo o que vivemos ali”, destacou Michel.
Fabiana Retamero concluiu refletindo que, para os participantes, a viagem foi uma travessia física e espiritual. Navegar pelo Amazonas foi mais do que um deslocamento geográfico: foi uma metáfora viva daquilo que a Rede Adventista de Educação ensina todos os dias: que educar é servir, e servir é evangelizar.
“Quando a educação atravessa o rio e alcança o outro, ela cumpre sua missão”, resumiu a educadora. “Cabeceira do Amorim nos lembrou que o aprendizado mais profundo vem daquilo que fazemos com amor.”
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