Parceria mobiliza voluntários na missão da Igreja na República Dominicana
Profissionais se uniram para cuidar da saúde de comunidades e inaugurar um templo no país

A República Dominicana está localizada no Caribe, um local famoso mundialmente por suas praias paradisíacas, como Punta Cana. Contudo, engana-se quem pensa que a capital, Santo Domingo, vive somente um “mar de rosas”. Grande parte da população precisa de assistência na saúde, e o aumento de membros da Igreja Adventista local requer apoio para construir novos templos.
Esses foram os motivos que levaram 14 voluntários a saírem do Brasil no dia 8 de agosto e permanecerem no país até o dia 18 do mesmo mês. Durante os 10 dias de missão voluntária, foram realizados cerca de 260 atendimentos médicos e odontológicos, atividades evangelísticas e a inauguração de uma congregação adventista.
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A missão foi organizada pela Maranatha Voluntários Internacional, em parceria com a Associação dos Médicos Adventistas (AMA) e o templo do Centro Universitário Adventista de São Paulo (UNASP), campus Hortolândia. A República Dominicana foi escolhida por ser um dos locais onde a Maranatha já atua, construindo igrejas e escolas. “É um país de fácil acesso, relativamente perto do Brasil, sem necessidade de visto e com passagens aéreas com valores acessíveis”, explica a representante da Maranatha na Missão República Dominicana, a farmacêutica Patricia Moreno Pereira.
Para se prepararem para a missão, os voluntários fizeram uma corrente de oração diária, às 22h, e tiveram a oportunidade de participar de aulas gratuitas de espanhol, três meses antes da viagem. “Não percebi dificuldade em relação à comunicação, já que alguns voluntários dominavam o espanhol e, em algumas situações, contávamos com um tradutor para ajudar”, constata Patricia.
Contudo, em relação à cultura, a República Dominicana possui uma fusão de influências indígenas, refletida na música, dança e culinária. A culinária básica é semelhante à do Brasil, como arroz, feijão, frango, legumes e pães, com temperos diferentes.
Missão em ação

A programação diária começava cedo, às 06h30, e terminava por volta das 21h, quando os voluntários se preparavam para descansar e repor as energias para o próximo dia de trabalho. Foram mais de 260 atendimentos médicos e odontológicos para a população caribenha. A equipe era composta por médico, dentista, enfermeiro, farmacêutico, biomédico e outros profissionais.
O líder da área da saúde foi o doutor Edson Jara, profissional com experiência em coordenar missões em diferentes partes do mundo. Para ele, a equipe reduzida representou um desafio, diante das inúmeras frentes de atividades que precisavam ser realizadas, como, por exemplo, a pintura da igreja, que era o maior objetivo a ser alcançado.
Durante os atendimentos, ele observou que a população apresentava, em geral, casos de crianças desnutridas, com anemia e parasitoses. Também foram diagnosticadas doenças emocionais, como depressão, ansiedade e distúrbios do sono. “Trata-se de um reflexo de uma realidade presente em todo o mundo, que acaba resultando em doenças psicossomáticas”, destaca o médico.
Uma missão completa
O grupo também promoveu atividades educativas e espirituais. Os voluntários realizaram evangelismo para crianças e adultos, ajudaram a finalizar a construção do templo adventista El Rosal II e a inaugurá-la. O pastor assistente da Igreja do UNASP, campus Hortolândia, Felix Noronha, explicou que o grupo de voluntários foi para a República Dominicana com o objetivo principal de ajudar na finalização do templo, mas decidiram também incluir na missão o evangelismo.
“À noite, realizamos evangelismo público na garagem de uma residência em frente à igreja El Rosal 2. O programa reuniu cerca de 40 pessoas da comunidade, entre adultos e crianças, e resultou na decisão de quatro delas em estudar a Bíblia”, relata o pastor.
Inclusive, outro programa evangelístico preparado pelos voluntários foi a Escola Cristã de Férias. No período da manhã, para as crianças de um orfanato católico, e no período da tarde para as crianças da comunidade ao redor do bairro El Rosal 2. As histórias infantis ficaram sob a liderança da voluntária Karen Jara, que estava acompanhada de sua filha de sete anos. Vindas da Califórnia, nos Estados Unidos, elas trouxeram todo o material utilizado na apresentação de fantoches.

Investir para desenvolver
Contudo, essas frentes de trabalho só foram possíveis graças às doações. A arrecadação financeira feita no Brasil, principalmente por membros da Igreja do Centro Universitário Adventista de São Paulo, o UNASP, campus Hortolândia, totalizou 55 mil reais, convertidos em medicamentos, brinquedos, tintas, materiais odontológicos e escolares. Além disso, foi deixado um valor significativo para a igreja local investir em equipamentos de som, climatização e outras necessidades.
Sobre a experiência, Patricia ressaltou que missões ensinam valores essenciais. “Mais do que habilidades técnicas, o que se desenvolve é paciência, adaptabilidade e, principalmente, a comunhão constante com Deus para enfrentar os desafios", ressalta. "Mesmo com o calor e o cansaço, todos estavam prontos para ajudar no que fosse preciso. O grupo esteve conectado espiritualmente e comprometido com o mesmo propósito”, lembra Patricia.
Nesse sentido, o doutor Edson destaca o desenvolvimento de amizade com a comunidade e a oportunidade de visitar locais históricos e turísticos do país, permitindo imersão na realidade da cultura e da comunidade dominicana.
Resultados
O grupo realizou diversas atividades, dentre elas:
- 137 atendimentos odontológicos;
- 110 atendimentos médicos;
- Apoio na construção do templo adventista El Rosal II;
- Visitas missionárias ao Hospital Adventista da República Dominicana e a Rádio Adventista Amanecer;
- Evangelismo para crianças e adultos;
- Escola Cristã de Férias em um orfanato católico e para as crianças da comunidade;
- Realização do programa de inauguração durante o culto de sábado.
Inauguração da igreja

A Igreja Adventista do Sétimo Dia possui mais de 330 mil membros na República Dominicana, distribuídos em cerca de 1.200 igrejas, em um país com cerca de 11 milhões de habitantes. Segundo o doutor Edson, a denominação possui muitos adeptos no país, sendo a segunda com mais fiéis. “Os líderes adventistas locais têm o costume de construir igrejas pequenas e, quando o templo atinge a capacidade máxima de membros, eles constroem novas igrejas para atender à demanda”, explica o médico.
Nesse sentido, aqueles que frequentam a congregação de El Rosal 1 perceberam a necessidade de construir uma nova igreja e o local escolhido foi no bairro El Rosal 2. Os voluntários ficaram responsáveis por pintar toda a igreja e ajudar em outras obras. O pastor Felix destacou que a perseverança foi essencial. “Um dia antes da inauguração, na sexta-feira à tarde, ainda faltava concluir a calçada ao redor da igreja, com três caminhões de pedra. No entanto, um forte temporal caiu e, se esperássemos a chuva passar, não haveria tempo de finalizar a obra para a inauguração no dia seguinte. Então, eu e mais dois voluntários decidimos continuar, e Deus nos abençoou”, relembra.
Ele conta que a chuva parou exatamente quando terminaram o calçamento e, em seguida, finalizaram a limpeza da igreja. Dessa forma, foi possível ter a cerimônia no sábado com tudo pronto. “Foi uma linda e emocionante festa de inauguração. É um privilégio construir uma igreja para a adoração do nosso Deus e disponibilizar esse local para uma comunidade conhecê-lo”, afirma o pastor.

Para ele, “apesar de todos os obstáculos, o nome de Jesus continua sendo o verdadeiro divisor de águas. O Espírito Santo atua abrindo portas e concedendo sabedoria para superar barreiras culturais, sociais, econômicas e religiosas.”
Para Patricia, um dos momentos mais emocionantes aconteceu enquanto ela trabalhava na igreja. “Quando estava pintando, pensava sobre a pregação do evangelho e de quantas pessoas ainda precisam conhecer a Jesus. Muito provavelmente não irei ver os membros daquela igreja novamente aqui nessa Terra. Mas quero encontrá-los no céu. E, ao chegar lá, quão feliz ficarei em saber que pessoas foram batizadas no tanque batismal que eu pintei. Fico emocionada ao pensar sobre esse grande dia”, ressalta.

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